17 de set. de 2010

EXCLUSIVE AUDIO INTERVIEW WITH INFERNUS FROM GORGOROTH IN SETEMBRO NEGRO FESTIVAL- RADIO EVIL 2010


















FOTOS BY CARLOS REINIS

TRADUÇÃO

 
Rádio Evil: Fale sobre os shows do Gorgoroth com a atual formação.
Infernus: A fase atual está mais intensa. Fizemos 2 shows ano passado, e seis este ano. Após uma longa pausa intensificamos as atividades e eu acho que soa melhor com a formação de hoje.  Também há melhor clima entre nós agora e conseguimos nos relacionar melhor.

RE:  Isso é importente, não?:
Infernus: Sim, realmente eu acho importante.

RE: Por que o Tormentor não toca ao vivo?
Infernus: Ele deve responder isso pessoalmente e te dizer o real motivo.
RE: Ok, é pessoal, então é por isso que vocês tocam com formações diferentes em cada apresentação ao vivo?
Infernus: Sim.

RE: O Gorgoroth tem muitas alterações de integrantes. Como você seleciona seus músicos?
Infernus: Pelo gosto pessoal. Se eu gosto de como o cara é como músico. Se ele tem atitude, a postura que eu aprovo. Se me dou bem com o pessoal, isto, ultimamente, tem sido o mais importante.

RE: Quanto ao processo de composição e gravação do Gorgoroth? Cada um faz uma coisa?
Infernus: Eu componho e escrevo quando estou sozinho em casa. Eu levo para a Suécia e fazemos os arranjos, eu e o Asklund. Então começamos as pré-gravações.

RE: Foi assim que rolou no último disco?
Infernus: Sim.

RE: Você usa várias marcas de guitarra. Como você as escolhe?
Infernus: Eu gosto de testá-las usando várias. No início eu possuia uma boa coleção de guitarras.

RE:Você está tocando com uma Jackson agora, né?
Infernus: Sim, uma King V.Floyd Rose. Eu gosto de várias guitarras diferentes. Eu tenho um contrato com a Jackson, o que é bom para mim. É uma boa guitarra. Eles me dão todo o suporte que preciso. As guitarras Jackson tem boa "tocabilidade". São leves. E eles publicam os tipos de Jackson que eu uso nos shows.

RE: E suas influências  musicais, no passado e hoje. O que você ouve ultimamente?
Infernus: Eu não sei o que se passa lá fora. Eu não ouço nada, nada mesmo. Eu vivo em uma caixa fechada. Isso aconteceu comigo nos anos 80. Estou congelado nos anos 80. Provavelmente eu não gostaria de nada que ouvisse hoje.

RE: Mas você poderia noemar alguma banda que você curte?
Infernus: Eu gosto de Judas Priest, gosto de Exodus.

RE: Para nós a banda Gorgoroth é diretamente assossiada a você, Infernus. Como se sentiu quando seus ex-parceiros lhe traíram?
Infernus: Isso é sério. E eu não gostei, claro. Tivemos que agir, tomar providências. Eu não estava sozinho. Tive ajuda de muita gente, senão seríamos passados para trás rapidamente. Então começamos a trabalhar novamente e intensificar o trabalho da banda.

RE: Eles tentaram usar o nome da banda?
Infernus: Sim, tentaram mentir. Mas não deu em nada.

RE: A música Rebirth é algum tipo de reposta para eles?

Infernus:Não, não tem nada a ver.

RE: Achamos que sim porque na letra tem um grito, "Rebirth of Gorgoroth!!!", que soou como se fosse um novo começo.
Infernus: Não. Não vamos ficar escrevendo sobre eles, sobre o passado. É como um pintor, que deve se afastar artisticamente de suas influências para o trabalho não parecer igual. Assim é mais decente. Procuramos focar no novo trabalho, pensando pra frente, sem fazer referencias ao passado ou àqueles que nos traíram. Quero ser valorizado pelo que faço e não por quem sou. Aquilo é passado.

RE: Como era sua relação com Varg Vikernes antes do crime? Vocês tem algum contato depois que ele saiu da prisão?
Infernus: Não tínhamos nenhuma relação. Eu nunca o conheci.

RE: Por que seu segundo álbum é dedicado ao Euronymous?
Infernus: Ele era um amigo.

RE: E sobre o Nergal do Behemot? Ele foi diagnosticado com leucemia, recentemente. Você o conhece, são amigos?
Infernus:  Nós nos conhecemos. Sermpre estivemos na mesma cena do Heavy Metal. Andavamos juntos nos anos 90. Depos nunca mais tivemos contato. Faz 3 anos que o vi pela última vez.


RE: Esta é a terceira vez que você vem ao Brasil para tocar. Você tem algum sentimento especial pelo nosso país? Você gosta daqui?
Infernus: Eu diria que sim. Eu tenho bons amigos aqui em São Paulo. Adoro passar férias aqui com eles e acho que eles também gostam. Gosto de falar sobre imortalidade e as pessoas aqui também. Uma geração acima da minha, na Noruega, costumava ir para a Espanha e Turquia para interagir com outras culturas não escandinavas. Eu também gosto de sair o mais longe possível da minha terra, da Noruega. Ah, Ilha Bela é um exemplo de lugares assim.

RE: Você preparou algo especial para os shows aqui? Terão cabeças decepadas e cruzes invertidas?
Infernus: Não, estamos cortando todos os efeitos teatrais. Estamos ensaiando muito e nos preocupando apenas em tocar.

RE: Sabemos que você gosta de uma banda brasileira chamada Ophiolatry. Você gosta de alguma outra?
Infernus: Gosto das bandas dos anos 80, Sarcófago e Sextrash.

RE: No Brasil tem um tipo de cristão, os evangélicos. São os mais fanáticos e repugnantes daqui. Existe algo parecido na Noruega? 
Infernus: Na verdade não. A maioria dos fanáticos religiosos está na Inglaterra e nos EUA.

RE: Ele são protestantes lá, não?
Infernus: Sim, mas na Noruega eles não são tão ligados a dinheiro como estes.

RE: A inquisição teve grande influência na Europa. Nas artes, na cultura e na mente das pessoas. Qual o impacto na Noruega?
Infernus: Não teve muito impacto direto. Claro que houve perseguição e assassinatos, mas não teve muito influência lá.

RE: Você conhece algo sobre magia negra brasileira? É parecido com vudu. Chama-se macumba e quimbanda. Os rituais são bastante sangrentos e as vezes mexem com estas imagens também(apontando para um Exu Belzebu de 40cm que demos de presente para ele ).
Infernus: Nunca fui propriamente apresentado.

RE: Achamos que iria gostar.
Infernus: Muitos disseram isso, sim.

RE: Você é satanista teísta, correto?
Infernus: Sim, eu tenho essa minha crença. Não me vejo acreditando em Karmas.

RE: Por que não divulga as letras das suas músicas. Tem alguma coisa a ver com suas crenças?
Infernus: Não somos a favor de publicar as letras. É uma ideologia. Palavras perdem o significado quando escritas. Existem outros assuntos também, não gostamos de ver outros fazendo cover e cantando nossas letras. Vejo isso como um bônus, uma vantagem.

RE: Por que não há músicas em noruegês no último album? Que critério você usa para escolher a língua?
Infernus: Não existe uma razão específica. O momento da composição é que dita as regras, pode ser em alemão, inglês ou norueguês. A língua escolhida não tem nenhum significado, o que importa é a melodia, a rima que se encaixa melhor.

RE: Há muitas bandas de black metal seguindo a ideologia nazista. Qual sua opinião?
Infernus: É um tipo de movimento cultural que não me identifico.

RE: Com todas as tentações do mainstream, como você consegue manter erguida a bandeira do verdadeiro black metal?
Infernus: Sendo eu mesmo. Faço o que eu quero. Não me deixo influenciar pelo mainstream. Você deve seguir suas idéias e ir atrás. Não vou socializar essa situação. Enquanto eu consiga fazer minhas coisas, do meu jeito, eu estou satisfeito. Não me importo se meu trabalho será apreciado, se ele se tornará popular. Sempre terá alguém no mundo que irá curtir. Não me preocupo em fazer um album de grande sucesso.


RE: Em nossa opinião o álbum Quantos Possunt ad Satanitaten Trahunt se refere aos 2 primeiros discos. Mas com melhor qualidade de gravação e arranjos mais elaborados. Você concorda com isso? Vocês irão continuar com essa linha de composição?
Infernus: A resposta é sim 2x.

RE: Parece que vocês tem uma postura de não ser muito acessíveis. Você concorda?
Infernus: Não é na verdade o nosso objetivo. É a natureza do que fazemos.

RE: A sua evolução musical é muito nítida. Mas o que você pensa sobre bandas como o Metallica que mudaram seu estilo de tocar, buscando novos públicos?
Infernus: Não vejo problemas em mudanças. Mas eu nunca faria isso visando novos públicos. Não comprometeria meus valores e minha dignicade. Quanto mais velho, melhor você fica, então não é, na verdade, uma mudança e sim uma evolução.

RE: Alguns discos do Gorgoroth receberam o nome de musicas, outros tem seu próprio título, como um livro ou filme. Como é feita esta escolha?
Infernus: Depende da inspiração do momento. As vezes roubava uma frase de uma música, outras vezes criava um título próprio. Depende...

RE: Vocês continuam a usar uma imagem radical e compor músicas pesadas, como no início. O que acha de bandas como Dimmu Borgir, Cradle of Filth e The Kovenat que mudaram sua imagem e música para algo mais comercial?
Infernuus: Sobre o The Kovent eu nunca gostei deles, nunca ouvi eles. Quanto ao Dimmu Borgir eu não gostava do trabalho inicial, que é completamente diferente do que é hoje. Acho que estão melhores. As mudanças dependem de seus objetivos. Se você quer compor para vender então deve fazer isso. Eu não concordo com isso.

RE: O disco Quantos Possunt ad Satanitaten Trahunt foi lançado em novembro de 2009. Vocês está trabalhando em um novo material?
Infernus: Sim, estamos. Tento passar o maior tempo possível com Asklund na Suécia. Temos um material muito cru ainda. Estamos programando para lançar um disco novo ano que vem. Agora estamos focados em nossa carreira.

RE: E você já tem um nome pra ele?
Infernus: Não, ainda não.

RE: Tem planos em manter essa formação?
Infernus: Sim. Enquanto eles me acompanharem eles podem ficar.Estamos nos dando bem.

RE: Última pergunta. Tem alguma mensagem para os fans do Brasil?
Infernus: Gostaria de agradecer a oportunidade de poder voltar e dar o que eles gostam. Agradeço a dedicação em cada show, a devoção. Eu gosto muito desse retorno. Não penso em me aposentar tão cedo. Tem sido muito bom.

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